terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A preparação de uma aula sobre a Política de Aristóteles

Por: Henrique de Lima Santos

 

Deixando de lado várias questões problemáticas na hora de preparar uma aula, iremos nos concentrar nas dificuldades e nas facilidades na hora de desenvolver a nossa aula sobre a Política de Aristóteles. A preparação desta aula visa, por parte do PIBID Filosofia da UFFS-Erechim, à aproximação dos bolsistas com as atividades do professor, e também o desenvolvimento de qualidades no momento de preparação da aula, no próprio momento da aula, e posteriormente à aula.

Começamos, então, pelas dificuldades. Certamente uma dificuldade marcante na preparação da aula foi o fato de não encontrar quase nada sobre o tema/autor em livros didáticos. Se tratando de filosofia política, os livros didáticos fazem breves relatos sobre a democracia Ateniense, e o primeiro autor da política que os livros abordam é Maquiavel.

Em vários momentos os livros didáticos facilitam a ponte que o professor necessita fazer entre os conteúdos antigos e a própria realidade de hoje. Lembro que esta facilidade vai além daquela crítica de que o professor vê no livro didático a “salvação de todas as aulas”. De fato o livro didático apresenta características gerais sobre os conteúdos, e a utilização dele por parte do professor não deve impedir em nada que o professor faça todas as considerações possíveis, levando em conta as particularidades das salas de aulas. No caso da Filosofia, na qual a leitura é um ato inevitável na disciplina, o livro didático adquire uma importância relevante, visto o fato de as bibliografias especializadas nas escolas de nível básico serem extremamente escassos.

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Pibidiano Henrique de Lima Santos durante sua aula.

Outra dificuldade percebida é a do trabalho no momento anterior à aula. O trabalho de leitura e o trabalho com os textos sobre o tema e o autor demandam uma grande quantidade de tempo. Observo que isto parece ser uma dificuldade na medida em que um professor de escola pública tem sob sua responsabilidade inúmeras turmas, e o tempo necessário para a elaboração de uma aula geralmente não é levado em conta para preencher sua carga horária. Lembro que justamente esta “dificuldade” é ao mesmo tempo a grande virtude do professor. É uma característica inerente de o professor dedicar-se aos estudos e as preparações de aulas.

Por outro lado, a temática de filosofia política pode gerar nos alunos uma enorme curiosidade sobre como se comportava a filosofia em tempos passados. Assim a associação de sistemas políticos antigos aos sistemas políticos de hoje em dia podem abrir um grande leque para discussões em sala de aula. Exemplo disso pode ser a concepção que tinha Aristóteles sobre a democracia, e como a democracia é entendida hoje.

Outro aspecto que ajuda o desenvolvimento das aulas é quando o professor elabora textos para a leitura em sala de aula. Além do grande valor didático, estes textos levam aos alunos conceitos dos próprios filósofos, facilitando o contato com as teorias. Isso também gera um desenvolvimento pessoal do professor, sem contar que os textos parecem ser mais bem recebidos pelos alunos do que aulas completamente expositivas.

Por fim, sem dúvida alguma, o professor deve atentar-se para todos os momentos da aula. O antes, o durante e o depois da aula devem ser sempre levados em conta quando se seleciona conteúdos filosóficos e quando se pensa em métodos de levá-los às turmas.

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